sexta-feira, 11 de abril de 2008

A essência (mas não é a de baunilha!)...


A escrita para mim significa muito.

E mesmo na música se o poema não me disser nada não me consigo envolver com o som. Digamos que as palavras são a essência de cada canção / música.

Tal como as pessoas que são bonitas ou feias, gordas ou magras, altas ou baixas, falam ou ouvem, sabem falar ou não, têm ou não cultura, interesses, actividades… independentemente de tudo isto há uma essência dentro delas que as torna únicas, e é essa essência que me liga a cada um dos meus amigos, ou a cada uma das pessoas que conheço.

Digamos que faço com as pessoas o que faço com a música: primeiro ouço, avalio a sonoridade e, sempre, mas sempre, dou uma olhadela à letra. Se me agrada, aprofundo, cada rima, estrofe, palavra, sílaba, donde retiro todo o sentido que daí pode advir para mim.
Sim, para mim, porque como diz alguém que eu conheço, não podemos nunca saber o que alguém pensou / sentiu, quando escreveu, pintou, compôs ou realizou qualquer coisa. Isso só a pessoa que o fez o poderá descrever. E como diria um pensador, cujo nome não recordo, da segunda vez que pensarmos em algo, já não será da mesma forma que o fizemos pela primeira vez. Por isso a interpretação é algo do momento. (sinto “penso”, logo existo).

Isto para concluir que tal como nas letras / poemas, livros, etc, há coisas que nos tocam, apesar de não gostarmos de tudo, tal como nas pessoas. E há coisas que nos tocam tão profundamente que as outras de que não gostamos deixam de fazer sentido.

Deixo-vos um excerto de uma letra da Susana Félix, um excerto que me toca, embora confesse que não aprecio a música, mas que a oiço repetidas vezes...

“…
Presa por um fio
Na vertigem do vazio…
...
Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo
…”
Susana Félix


E não é que faz todo o sentido?!

Beijos e bom fim de semana!

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